terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

sobre dias que são palíndromos - de novo

 


22.02.2022 

Aqui estamos nós, com mais um “Palindrome day”.


O tempo pregando peças, é o ontem de novo. Vivemos e revivemos os dias como se eles não tivessem fim.


O sol que nasceu hoje é o mesmo que nasceu outrora?


A chuva que caiu hoje é a mesma que me molhou naquela noite distante? 


A angústia de hoje é a mesma que me visitou n'aqueles dias? Eu não saberia dizer. Só sei que hoje (ainda) é Palidrome day.


domingo, 30 de janeiro de 2022

sobre vontade de escrever

 

Ando com vontade de escrever ultimamente. Não sei se pela quantidade absurda de livros que estou lendo ou se pelo saudosismo da época que eu achava que um dia eu iria escrever. Eu gostava de literatura e gostava de livros, então óbvio que eu iria escrever um dia.

Mas acontece que a vida rumou para outro lado e hoje eu nem sei onde foi parar aquele meu sonho.

Ainda tenho guardado um caderno daquela época, mas ele está bem magrinho, consequência das páginas que eu arranquei e taquei no fogo (ou seria no lixo mesmo?) junto com tantos outros cadernos que eu já usei para escrever. Eu relia os textos e pensava: como eu era boba. Hoje eu penso em como ainda sou boba, não somente por conta do que eu escrevia, mas também por conta de tudo que eu deixava e ainda deixo de fazer, de dizer, de sentir... A vida é um eterno sentir-se bobo.

Veja por exemplo esse blog – alguém ainda faz blogs? Eu escrevo, escrevo, escrevo e faço o quê? Não mostro para ninguém! Se você está lendo esse texto, sinta-se uma pessoa muito querida e estimada por essa que aqui escreve, porque – quase – ninguém tem esse endereço http.

Aqui é um espaço onde jogo palavras ao vento, mas não espero que ninguém as leia.  Quero dizer ao mundo o que sinto, mas não quero que ninguém ouça.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Sobre viagens no tempo


Hoje acordei com vontade de escrever. Na verdade, dormi pensando no texto (ou seria poesia?) e acabei esquecendo ao longo da noite, o que eu tinha a mais absoluta certeza que iria acontecer. Mas por pura preguiça não levantei, acendi a luz, peguei meu caderninho e anotei o que pensava. Só sei que era muito bom. Era, do verbo não será mais. Coisas da vida.

Os dias correm soltos como as maritacas que gritam na minha varanda. E todos os dias parecem iguais, assim como as maritacas, que para mim são absolutamente iguais. São da mesma cor, do mesmo tamanho e fazem uma algazarra grande todos os dias após o sol nascer... já não sei mais se estou falando de maritacas ou dos dias. Ou dos dois, o que dá no mesmo, já é tudo igual de qualquer maneira.

Ontem comecei a ler O Morro dos Ventos Uivantes. Jurava que já tinha lido, tinha a mais absoluta certeza, afinal, sou uma entusiasta da literatura inglesa e é claro que eu já tinha lido, eu só não me lembrava. Mas foi só abrir o e-book (eu sou old school em relação a livros, adoro pegar na mão, cheirar, sentir a textura, o farfalhar das páginas se virando - porém eu sofro o mal do século chamado imediatismo e nunca, jamais, em hipótese alguma que eu iria aguentar esperar 3 dias úteis para começar a ler) que eu tive a certeza que nunca havia passado meus olhos por aquelas páginas. E uma vez começado a ler, não consegui parar. E fiquei me perguntando como assim eu nunca tinha lido as irmãs Brontë antes? Como assim eu nunca tinha lido esse livro?

O fato é que o livro, o qual ainda não acabei, é muto bom. Aliás, é mais do que bom, é incrível! E me fez pensar em um milhão de coisas. Coisas do tipo como a literatura é mágica, nos fazendo viajar pelo tempo e reviver sensações que os leitores que leram esse mesmo livro lá nos idos de 1800 provavelmente tiveram. Magia pura!

Nos situando no tempo e no espaço, escrevo essas linhas em novembro de 2020, o ano da pandemia de Sars-CoV-2 que parou o mundo e matou milhares ao redor dele. Situando mais um pouco ainda, hoje é o dia das eleições americanas. Dia que poderá ser histórico: os Estados Unidos poderão mostrar seu lado "salvador do mundo", tão retratado nos filmes de Hollywood, e derrotar Donald Trump nas urnas. Não salvaria o mundo, é claro, mas daria uma boa ajuda.

Provavelmente daqui uns 200 anos (se o mundo não acabar até lá) as crianças irão estudar na escola o que estamos vivendo hoje e com horror se perguntarão como isso aconteceu. Assim como vemos retratados nos livros a época da peste negra, onde uma grande parte da população européia foi dizimada e ficamos chocados que isso possa ter acontecido. Fim dos tempos? Acho que é mesmo só a história deixando a sua marca no tempo - e como é difícil fazer parte de um momento histórico.

Voltando a magia da literatura, hoje irei esquecer a Covid-19 e vou viajar novamente para a Inglaterra de 1800, adentrar em Wuthering Heights e acompanhar Mr. Lockwood em suas descobertas sobre o seu senhorio. Estou ansiosíssima para retomar a jornada.

Vejo vocês novamente quando eu retornar ao século XXI.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

sobre a inexorabilidade do tempo

e mais uma semana se foi, hoje já é segunda novamente. os dias passam arrastados, mas a semana voa. parece uma contradição, mas é a sensação.

é como o tempo é implacável, continua voando, atropelando tudo e todos que cruzam seu caminho. 
já vamos para 4 meses de isolamento social e as coisas não estão nem um pouco melhores que 4 meses atrás, muito pelo contrário - estão muito piores. 

passamos trancados dentro de casa 1 quadrimestre. 120 dias. entramos em isolamento no final do verão e já estamos no início do inverno, passamos o outono inteiro sem poder aproveitar seu belo fim de tarde, pôr do sol, brisa fresca e temperatura amena.

Adicionar legenda




seguimos firmes, com a certeza de que o tempo, o único em constante movimento, continuará seu ritmo.

e por falar em tempo, sugiro esse filme.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

sobre dias que terminam na cozinha




15.06.2020 - 3 meses sem minhas meninas colocarem os pés na calçada. 
Quarentena. 
Mas quarentena para quem? Para quem pode? Quem quer? Quem é obrigado? 
Quem deveria fazer, faz? Alguém não deveria fazer? 
Muitas perguntas, poucas respostas. 
Como já dizia a música: o mundo está ao contrário e ninguém reparou. 
Acontece que eu reparei. Continuo reparando. E esperando. Esperando passar? Esperando melhorar? Esperando terminar? 
Não sei. Só sei que os dias passam, mas é como se não tivessem fim. 
A cozinha virou meu refúgio, lugar de rir e de chorar, cozinhar, me divertir e por tantas vezes,  trabalhar. 

“E o que você está dizendo? 
Milhões de frases sem nenhuma cor...”

O dia que não queria terminar rendeu uma quiche pela noite. 






E para fechar, a música de hoje.








        

terça-feira, 9 de junho de 2020

sobre um aniversário - e a despedida de um tempo que ficou para trás

esse post chega com um atraso grande, justificável pela situação que estamos vivendo.
meu último aniversário foi comemorado em casa, com poucos amigos e comida afetiva. não sabíamos que seria uma das últimas vezes que poderíamos nos reunir assim, todo mundo junto sem grandes preocupações com aglomerações, distanciamento social,  uso de máscaras e álcool gel.
comemos comida boa, bebemos algumas garrafas de vinho, ouvimos músicas que agradavam aos ouvidos. e na semana seguinte a vida virou de pernas para o ar.








meu aniversário foi em março, mas parece ter acontecido muitos meses atrás. ainda estamos nessa situação estranha, sem perspectivas de melhora.
agora que o coração se aquietou, embora as coisas não tenham melhorado, acredito que será possível relatar esse mar de sentimentos que a pandemia despertou.

em tempo: todas as fotos foram feitas por uma amiga, que também foi quem fez a focaccia, o quibe de abóbora e esse bolo maravilhoso.
                                                                                                                                                                        

    


quinta-feira, 5 de março de 2020

sobre o carnaval - que já passou

foi carnaval uns dias atrás. não programamos viagens, não programamos folia, nem piscina nem passeios. chovia muito. ventava e fazia um frio que não era comum em fevereiro.

foram dias atípicos, sozinhos em casa, curtindo a preguiça, os cafés e almoços lentos, sem hora para terminar.

prefiro assim, sem muitas aventuras. sem estrada cheia, sem restaurantes lotados. não teve confete nem serpentina, mas teve alegria e sossego - coisa rara por esses dias.







segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

sobre simplicidade - e um bolo de chocolate

gosto de coisas simples. um acordar sem pressa, um espreguiçar no sofá sem ter hora para levantar, com um livro em uma mão e uma caneca de café na outra. o vai e vem do ossinho da sosô, que insiste na brincadeira, mesmo sem ninguém querendo brincar com ela. a hora passa vagarosa e por acaso folheando esse livro me lembro da receita de um bolo de chocolate - daqueles super simples - mas que agradam já assim, no primeiro pedaço. o post hoje é dedicado a esse bolo, que preenche a casa com seu aroma. deixo também o link para a receita. eu comi assim, com frutas vermelhas de acompanhamento e uma caneca (bem grande) de café! ganhei meu domingo!


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

sobre verão - mas poderia se chamar dilúvio

hoje completam-se  pouco mais de 50 dias do início do verão e tudo que tivemos desde então foi chuva. muita chuva. chuva pela noite, aquela que entra na madrugada e faz os dias amanhecerem brancos. aquela chuva que floresce as minhas orquídeas e deixa o dia mais colorido!



domingo, 9 de fevereiro de 2020

sobre dias que florescem

 o dia vai lento, apesar da ventania lá fora. depois de muitos dias de chuva foi o primeiro domingo em que ela não apareceu. o sol surgiu tímido algumas vezes. os passarinhos cantaram o dia todo e minhas orquídeas se abriram em flores.
termino o dia com uma fatia de um bolo que sempre conforta, uma xícara de café e um livro.
essa série da Philippa Gregory é fantástica. narra a guerra das rosas sempre pelo ponto de vista de uma mulher, a protagonista de cada livro.


também assistimos esse filme. e para quem se interessar para a receita do bolo, aqui está.